Comparação e reescrita de fábulas

Trabalhe a produção de texto usando um gênero que reúne várias características propícias para tal, a fábula.


Conto, poesia, notícia, biografia, parlenda, fábula... Como você bem sabe, os gêneros textuais devem ser apresentados e trabalhados na sala de aula para ensinar a turma a ler, produzir bons textos, reconhecer os diversos aspectos da linguagem escrita e explorar as normas gramaticais e ortográficas. 
De acordo com Bernard Schneuwly, psicólogo suíço, um dos autores de Gêneros Orais e Escritos na Escola, os gêneros são instrumentos para a aprendizagem dos discursos orais e escritos. Não se trata só de instrumentos de uso da língua em si mesmos. Têm também dentro de si instrumentos menores, aspectos estruturais e formas gramaticais. No entanto, por reunir características próprias e ser organizados de modos distintos, cada gênero deve ser colocado em cena em momentos e com finalidades diferentes. 
As fábulas, por exemplo, trazem à tona características narrativas diferentes de cartas e biografias, dentre outros tipos de texto, deixando explícito o discurso direto e indireto. E por serem concisas, centradas em um só conflito, e apresentarem belas expressões, são ideais para explorar diversas questões com turmas das séries iniciais do Ensino Fundamental. 
Mesmo assim, esse gênero não costuma ser muito popular entre alguns docentes por causa de um de seus pontos mais marcantes, a moral. 
Como se o trabalho com os alunos tivesse de se resumir ou ficar centrado nela. Ao contrário! 
Não faz sentido usar essas histórias com finalidade disciplinar em sala. É claro que vale a pena organizar uma discussão com as crianças sobre a atribuição de determinadas características que os autores dão aos personagens (na maioria das vezes, animais), com o intuito de fazê-las compreender que as regras ditadas pelas fábulas não são válidas em qualquer situação. "Analisar de forma crítica essas atribuições é um bom exercício, pois elas são carregadas de simbolismos que os escritores utilizaram de acordo com o contexto da época em que viveram", explica Camila Castro, coordenadora da Comunidade Educativa Cedac, na capital paulista. 
Tendo isso claro, fica mais fácil se concentrar em atividades que realmente importam, as que focam produção e análise linguística - um desafio para os estudantes se apropriarem de novos recursos de leitura e escrita.



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